Temos o direito do acesso à educação de qualidade,
isso é fato. Pergunto eu. Você tem uma educação de qualidade? Seus filhos
usufruem de uma educação de qualidade? Não entremos no mérito da deficiência. Deficiência
é uma limitação que todos nós possuímos em larga escala em algum aspecto da
vida. Pensemos na sociedade como um todo.
Ao propor essa rápida reflexão, chamo a atenção para os
reais atores que solidificam o baixo desempenho da educação brasileira. Nós.
Não raras vezes a culpa recai sobre os profissionais
docentes. Vamos nos desnudar desse pensar. A peça principal não está nas mãos de
profissionais, mas de todos. Antes de existir um professor, existe um sujeito de
direitos que depende de um processo de atualizações e procedimentos de mudanças
profundas. A aprendizagem é um ganho individual num espaço coletivo. Não há
ganhos se um indivíduo com baixo desempenho é abandonado por seus déficits de
aprendizagem e deixado como um fardo nas mãos de um ensino que não
individualiza a necessidade de cada um.
Com essa visão
pode-se perceber que a maioria das escolas regulares não foram projetadas para
respeitar as especificidades individuais. Nasce a inclusão. Mas ora, a inclusão
não é um procedimento, não é somente uma matéria legislada. Inclusão é um
processo, um processo humano.
É sabido que nos dias atuais uma gama de novos procedimentos
estão sendo realizados para a construção desse processo, mas ainda há enraizado
na história cultural, que escola (maioria) não aprofunda na diversidade do indivíduo mas
numa padronização de ensino, cujo objetivo é lecionar para aqueles denominados “normais.”
Agora adentremos no campo da limitação. A verdadeira
inclusão enquanto processo estaria nas escolas especiais, escolas essas que o
MEC almeja extinguir nos próximos dias para que as escolas públicas com o
ensino já comentado acima as acolham.
Quantos milhões de pessoas com deficiências existem no
Brasil em idade escolar? Pensemos em dados concretos. Não há vagas para
suportar a demanda em determinadas regiões para alguns, como então enquadrar a todos?
A intenção de inserir uma pessoa com deficiência em escola regular não é
inclusão, é socialização e reforça a exclusão quando a intenção se distorce.
As escolas especiais oferecem a educação com eficiência e
credibilidade. A inclusão radical não pode ferir a dignidade da pessoa com deficiência.
Sejamos solidários. Manifeste você que é a favor da manutenção
das escolas especiais, assine a Petição on line pelo direito de escolha.
“(...) tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais,
na medida em que eles se desigualam “. Rui Barbosa
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